Um grupo de cientistas da Universidade Nova revelou, em primeira mão, a estrutura química de dois polímeros vegetais – um deles com presença abundante na cortiça. O feito inédito é aparentemente simples: usando cascas de árvores e frutos diversos, os investigadores conseguiram extrair suberina e cutina.
Estas duas substâncias são polímeros vegetais, pelo que podem vir a substituir o plástico – um polímero químico totalmente sintético. Este avanço científico permite estudar qual o papel que estes polímeros desempenham no ciclo de vidas das plantas e, a partir daí, desenvolver bioplásticos degradáveis e sustentáveis.
Este trabalho, que já tem mais de dez anos de duração, entrou numa nova fase experimental. Os investigadores estão a tentar construir esse biomaterial com recurso a resíduos das indústrias da cortiça e do tomate. A concretizar-se as vantagens são evidentes: permitirá reaproveitar como matéria-prima os resíduos orgânicos de diferentes indústrias, o que contribui para a economia circular e sustentável.
Esta investigação, publicada nas revistas científicas Plant Physiology e Materials Today Bio, é da responsabilidade de uma equipa do Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) da Universidade Nova, liderada pela investigadora Cristina Silva Pereira.
Por: Paulo Caetano
Para saber mais:
www.plantphysiol.org/content/early/2020/08/11/pp.20.01049
www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2590006419300651?via%3Dihub