Esta energia escura é ainda difícil de definir. E esse é o desafio de astrofísicos como Tiago Barreiro. Pensa-se que, nem sequer será uma matéria normal, mas uma componente mais exótica do universo – cuja constituição é, por enquanto, uma incógnita.
Estudar algo que não sabemos o que é, mas cuja existência os modelos teóricos e matemáticos indicam, não é fácil. Esta incerteza permite inclusive estudar modelos em que esta energia escura interage com outras componentes do Universo.
As ondas gravitacionais são mais palpáveis e são um outro campo de estudo e de interesse de Tiago Barreiro. Apesar de se conhecer a sua existência através de modelos matemáticos, as ondas gravitacionais foram primeiro indiretamente observadas nos anos 70. Em 2015, uma experiência na Terra conseguiu medi-las diretamente, vindas de um binário de buracos negros e isso abriu uma nova janela para a observação do universo. Uma janela que leva à criação de sirenes-padrão, permitindo medir de forma independente as distâncias físicas a que estão os vários objetos no cosmos.
O LISA, em cujo projeto Tiago Barreiro está envolvido, será um novo telescópio para medir ondas gravitacionais no espaço. Irá ser composto por um conjunto de três satélites, que envolvem a colaboração da Agência Espacial Europeia e as autoridades norte-americanas.
Este investigador do Instituto Astrofísico e Ciências do Espaço integra, ainda, a Missão Euclid, da Agência Espacial Europeia. Trata-se de um telescópio espacial que, durante seis anos, fará um mapeamento exaustivo do céu, recolhendo dados que possam ajudar a entender a energia escura e as propriedades da gravidade.
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