Esta investigação internacional, coordenada por Helder Gomes, prevê vários tipos de valorizações para o composto – que, de outra forma, iria ser classificado como lixo e seria deixado nos aterros sanitários. A alternativa é olhar para esse produto, cada vez mais abundante, e transformá-lo em materiais de carbono que podem, de seguida, ser utilizados na remoção de contaminantes em correntes gasosas ou líquidas. Ou aproveitá-los para ajudarem na aceleração de processos de degradação de poluentes na fase líquida. No fundo, utilizar parte deste composto para tratar problemas provenientes de instalações industriais – que são mais difíceis de resolver.
Estudos como este ajudam a resolver um problema crescente: o aumento exponencial de composto com origem nos resíduos sólidos urbanos. Daí a necessidade de o valorizar e de encontrar usos alternativos. O investigador do CIMO não se fica por este uso industrial. Na investigação já referida estudam-se outras aplicações – um passo essencial para criar uma economia circular na cadeia dos resíduos.
O solocimento é um desses novos materiais com origem neste composto. No fundo, trata-se de construir tijolos com solo, cimento e composto para ser usado na construção civil – um material com boas características técnicas e de baixo custo.
Outra das valorizações possíveis é um fertilizante líquido – que resulta do lixiviado orgânico, devidamente tratado e enriquecido com nutrientes, com aplicações na agricultura. Além destas valorizações, este composto ainda tem potencial para ser utilizado energeticamente, quer térmica, quer através da gaseificação.